quarta-feira, 15 de julho de 2009

ÁGUA ARDENTE



Não há mais quem faça,
esta boca seca e morta
arder feito cachaça.

Mais nem o coração,
velho, santo e empoeirado
faz bater numa arruaça

A batucada lá do velho samba,
que deixa o morro cheio
e a mulata de perna bamba

To mais é querendo perfurar teu hímen,
sem culpa, sem roupa,
sem camisa de banda ou de Vênus

Na velhice da desgraça,
seco feito poço,
rouco feito porco

E nesse balanço todo vamos torto,
Reparando nos bustos da mulata
que ta pra cima e nunca cai

Pois o que cai é só o velho,
é o samba do velho,
já de perna bamba


A preta gira, gira a barra da saia,
que combina com o tom do tomara que caia,
atirada no meio da gandaia

E é pra nego fica de queixo caído,
de olho no umbigo da mulata que é pra dentro,
ardendo feito forno em brasa,

A brasa, a brasa, queima,
queima o morro e sobe no estopo,
estopim do incêndio sem fim..

Que só se apaga com a brisa do sopro, do samba do velho,
Que já não deixa mais a mulata de perna bamba,
Porque não bate mais no pandeiro do partideiro muito a pampa.

3 comentários:

  1. Caraca Deeemo adorei *-* não sei porque mas lembrei da minha irmã rs gostei muito vou mostrar pra ela amanhã :)

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  2. Saudade de ti meu amigo! Abraço Grande

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