domingo, 20 de dezembro de 2009

O CASAMENTO DO CÉU E O INFERNO



Suba aqui que eu vou te mostrar como é que se dança esta valsa,
A noite só começou e veja quem já se aproxima, Baco e seu cálice,
O que é do homem o bicho não come, mas degusta até derreter,
Engatinhe até mim com cara de tara, vou esquartejar teu desejo,
Estes olhos de pantera testemunharão a mais sincera copulação,
Ininterrupta, abrupta e confusa, abundantes espasmos orgásticos,
Colérico e forte, arrastado pelos lençóis, derrubando o cobertorno chão,
Amasso teu rosto contra o travesseiro, silenciando teu grito escandaloso,
De toque em toque, um a um, em meu corpo nú te mostro o reboque,
Içando-a nas alturas, te levando para passear entre gárgulas e querubins,
Somos padrinhos do sádico e perigoso casamento entre o céu e o inferno,
Seu mestre de cerimônia austero e sem pescoço é ninguém menos que Judas,
Seu pagamento será em prata, e nosso papel é ficarmos vendados até o fim.
Demóstenes 12/2009

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

DESMISTIFICANDO PANDORA


Hoje acordei, após uma noite que literalmente não dormi,
Seus olhos centravam-se vermelhos, mesclados de sangue e fogo,
Bufando ódio pelas narinas, está tudo acabado,
Selei a caixa de Pandora, o mito era mentiroso e Pandora sucumbiu a fraqueza,
O presente mais adequado para esta suja humanidade seria as trevas em terra.
Digo então, morram em sua própria armadilha,
Aqueçam, roubem, suguem como duas sanguessugas acopladas em em um fatal 69,
Dou-lhe meu dinheiro e você me da sua vida, te dou meu tempo e você uma punhalada, Nosferatu se contorce no seu caixão secular,
Vlad o empalador se sente como uma criança espetando batatas diante disso.
A bílis sobe pela garganta com a intenção de suicídio, autodestruição,
Pois seu inconsciente já percebe que você não presta.
É impossível sair ileso, três te maltratam, você maltrata mais cinco,
Em larga produção o capitalismo opera a maquina do mal,
Vou agora sucumbir a escuridão e ao embaço ocular de Nietzshe,
Ainda assim enxergar além, facilmente enxergar o espelho.
Chega de drogas, dinheiro, livros, TV, musculação, obras... chega de vida,
Qual diferença faria, uma bala na cabeça ou uma bomba na Somália,
Nada será em vão, os artefatos serão preservados,
A AIDS morrerá sem deixar seu fantasma de lágrimas e preconceitos,
Quanto as baratas, estas poderão continuar a copular sem preservativos,
Sem medo do homem, o fatídico homem.

DEMÓSTENES 28/02/2009

domingo, 6 de setembro de 2009

ADMIRAVEL SHAKE NOVO


Ó menina tão pneumática, assim como Lenina explora os homens em gramas de soma
Em meu admirável mundo novo tens mais que hidrovacuos, mais que torneiras de perfume,
Mais que Leninas, me traga iguarias, adora este selvagem que conclama a diferença,
Indiferente a tudo, regras do futuro e ordens do passado, a promiscuidade agora é legal
Aproveita esta brecha da lei para deitar e rolar, literalmente falando, na pratica praticando,
Pare de esperar pelo poeta, venha para um ombro primitivo, recitarei Shakespeare, conhecerá Próspero e sua gangue.
Teremos nosso próprio escravo corcunda, mas, eis de voltar a terra de meu berço, e dela tenho mais que um terço,
Mistura sul real de fantasia com futurismo, que tecnologia é essa, serviço expresso de fantasmas, fast-food precoce,
Assim meu onírico poeta completa tua saga, ser ou ser, é sua única escolha em pleno ápice, escreve e descreve em apendice,
Agora por favor revela-me teu segredo, teu método, teu ensejo, reconheço ao avesso, no fundo te invejo,
Você e mais uma dúzias de homens, além dos homens, teu amigo de 20 vidas, ou teu conhecido, codinome anjo,
Quanta influencia,
Mas nunca dorme, nunca come, nunca geme, nunca teme, apenas gasta a pena, neurônio e artistas, este palco tem vida,
Com o crânio na mão e muita solidão, receita perfeita, aprendi então, sei que guarda seu segredo em boas mãos, na sua encarnação, isto não é utopia e nem maldição,
Isso é satisfação!

Demóstenes
23/04/09 03:21

terça-feira, 25 de agosto de 2009


“A vida é uma grande experiência, eu sou o tubo de ensaio”.

DEMÓSTENES

sábado, 22 de agosto de 2009

ONTIDIONTEM


O amargo sempre aparece sem precedentes,
Recorre a banheiros e esquinas escuras,
Como sentinela pós-guerra, espreita o inimigo,
Fomos seguidos, também somos seguidores,
Em um paradoxo eterno, 15 eternos minutos,
Tudo tem ar de perigo, até meu pé é possível,
As luzes do relógio são de outro mundo,
Minha mão dorme sem meu consentimento,
Meus pés são irracionais, dançam e voam absurdos,
Meu cabelo, molhado, seco, sujo e suado,
Sou atraente, mas, me finjo de mudo,
Lugar igual a bar é só agir surdo,
Ser inodoro é fácil, difícil é ser cego,
Além do mais, faço tudo o quero e sem peso,
Apenas me esforço pelo meu ego,
Possível vagabundo, mendigo moribundo,
Sem amor, sem pastor, sem d.C. sem tudo,
Pratico vida, meu hobby é sofrer,
De tanto cair sou calejado, os dedos antes de tudo,
Impaciente olhando o futuro, lá do alto da torre,
Com rimas de Gessinger, e Maltz no casulo,
Trancafiado com posse das chaves,
Com medo do erro, errando sem medo,
Assim sou, assim vou, hoje estou,
Estou afim de, como se fosse ontem, de ontem, de ontem, de ontem, de ontem... e assim por diontem...



quinta-feira, 13 de agosto de 2009

DAIME




DAIME FORÇA
DAIME CORAGEM
DAIME LUZ
DAIME ESPERANÇA
DAIME PAPEL
DAIME AMOR
DAIME APOIO
DAIME DUVIDAS
DAIME DE CANTAR
DAIME RESPOSTAS
DAIME LIMPEZA
DAIME PAZ
DE FLUTUAR
DAIME DE BEBER,
DE REGURGITAR
DEPOIS VOLTAR, COMO SE ALGUÉM TIVESSE ME DADO ALGO,
ALGO QUE NÃO PARECE COM NADA, COMO SE NÃO FOSSE DADO.

domingo, 19 de julho de 2009

TIGRE DE BENGALA

E nós jovens ainda vivemos a margem,
Somos os maiores consumidores e tão assim desvalorizados,
Ou jogamos seu jogo ou não dançamos a dança.
Ser tratado como a pura diferença, identidades subjugadas,
Isso não é fácil, quero erguer minha bandeira,
Gritar que estou aqui, vivo e pensando.
Em selva de pedra sou animal de carne,
Tigre de bengala no meio de hienas,
Sedentas pelas sobras do meu belo jantar,
Em volta da fogueira sonora e em pleno ritual,
Sagrado e sangrado porque não,
Encharcado de suor correndo atrás da presa,
Encurralando outras, meus olhos de fogo chamam a atenção,
E quem os olhar agora sabe o que quero, onde e como quero...




DEMÓSTENES 23/04/2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ÁGUA ARDENTE



Não há mais quem faça,
esta boca seca e morta
arder feito cachaça.

Mais nem o coração,
velho, santo e empoeirado
faz bater numa arruaça

A batucada lá do velho samba,
que deixa o morro cheio
e a mulata de perna bamba

To mais é querendo perfurar teu hímen,
sem culpa, sem roupa,
sem camisa de banda ou de Vênus

Na velhice da desgraça,
seco feito poço,
rouco feito porco

E nesse balanço todo vamos torto,
Reparando nos bustos da mulata
que ta pra cima e nunca cai

Pois o que cai é só o velho,
é o samba do velho,
já de perna bamba


A preta gira, gira a barra da saia,
que combina com o tom do tomara que caia,
atirada no meio da gandaia

E é pra nego fica de queixo caído,
de olho no umbigo da mulata que é pra dentro,
ardendo feito forno em brasa,

A brasa, a brasa, queima,
queima o morro e sobe no estopo,
estopim do incêndio sem fim..

Que só se apaga com a brisa do sopro, do samba do velho,
Que já não deixa mais a mulata de perna bamba,
Porque não bate mais no pandeiro do partideiro muito a pampa.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

ATMANAVICIUS


Em vestes de menina-moça, engana qualquer lobo mal
Vestida em saia rodada, não roda na mão ninguém
Com um belo rosto de porcelana, esconde ainda mais do que insinua, insana
Pois insinua isto, aquilo e um pouco mais de tudo, faz te querer nua
Mesmo o mais sedutor, mirado em teu olhar torna-se um tipo normal

Com cara fechada, assim continua, só abre a quem lhe convém
Teu semblante é como uma película de filme estrangeiro
Só se vê de madrugada, uma vez na vida e ainda assim não se assiste inteira
É como um livro de poucas paginas, sem capa ou contra capa
Dispensa explicações, faz apenas observações, pequenas, quase nada, nada
Mas de paginas intensas e suculentas, história que não perde a graça

Em um jogo sedutor o beijo é apenas um detalhe inicial
Assim quando as portas se abrem descobre-se um local hibrido
Meio céu, meio inferno, meio formal, meio animal, tudo é permitido
Na transpiração da sauna ou na refrescância de um banho, tudo é real
Dejavú do dejavú e dejavú nunca visto, impressão de já conhecê-la

É arte, é abstrata, é sulreal
É viagem que emana do mantra
É um vicio de carnaval

DEMÓSTENES
23/04/2009

terça-feira, 7 de julho de 2009

SIM-SALABIM


Ando cabisbaixo feito um cachorro sem dono,
Menino de rua, um rei sem trono,
Ainda tão indignado com o desfecho da trama,
Desavisado sobre a seca, de luto e de cama,

Morrem as esperanças para dar margem as matanças, então nasce a coragem para novas andanças,
O começo do fim não soa tão bem quanto o fim do começo,
Palavras e promessas não dão fim às feridas na garganta,
O sono da noite não é compensado pelo sono do dia, como velhos ditados incertos já dizia minha tia,

Ando desprevenido feito um desempregado,
Perua sem grana, cachaceiro mal amado,
Ainda tão desolado com a melodia do samba,
Bezerro sem teta, gaúcho sem pampa,

Um passo para abismo do cotidiano foi a solução , salto para o purgatório visitar Jason e Zé do caixão,
Se saio uma vez continuo a sair, se saindo continuo meu destino é cair,
Noites avessas só pra suprir o meu ego, não trás recompensa, nem grana e sucesso,
Vingança de morte não satisfaz a vontade de vida, como pensaria Salomão quando seu ouro reluzia,

Abre te Sézamo, Sim- Salabim
Traga uma vida nova para mim....
DEMÓSTENES 06 julho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

UM DISCURSO NADA ESQUISOFRÊNICO


Que a mídia influência constantemente nossa identidade cultural não se pode negar, filmes norte-americanos, desenhos da Disney, propagandas comerciais de bonecas, seriados e uma gama de outros programas televisivos que criam estereótipos e moldam o espectador, geralmente com fins de consumo e manobras de massa.
Porém não posso deixar de incidir sobre as tão assistidas telenovelas, já faz um tempo que caio em gargalhadas com o cinismo explicito trazido pelos seus discursos, cenas carregadas de preconceito e racismo influenciam direta ou indiretamente o espectador sobre como pensar o mundo, muitas vezes este inerte e vidrado pela trama nem se dá conta do discurso dominante e dominador embutido ali.
Depois de Juvenal Antena encenado por Antonio Fagundes, um líder nada democrático e o safári pela sua comunidade, veio os Mutantes ainda com uma infeliz continuação, que trás falas do tipo “ precisamos ajudar esta comunidade carente, eles precisam de nós aqui”, ou seja a cúpula burguesa esta ali com seus dotes de alta cultura e formalidades mil para “salvar”.
Estes discursos ainda não são lá tão implícitos, porém alguns discursos estão tão bem inseridos nas entrelinhas da trama que passam despercebidos, pior ainda são reforçados pela citacionalidade e repetição.
Acredito que grande parte da população assiste ou já assistiu a atuação do ator Bruno Gagliasso representando o personagem Tarso, jovem burguês que sofre alguns distúrbios relacionados a esquizofrenia e que vive freqüentes conflitos com o pai, Gagliasso criou até um blog para manter um elo entre o espectador e seu personagem.
O personagem chama atenção para seu aspecto europeu, com olhos azuis e traços suaves, galã e rico, faz um tipo meigo de bom mocinho e sempre nos braços de sua namorada, engraçado como o discurso é exato e pontual assim como diria Foucault, escolhem a dedo aspectos mais ventáveis, criam uma personalidade honesta (cristã), nasce então um sujeito perfeito que precisa de ajuda das áreas psi (psicologia, psicanálise, psiquiatria) para estar apto a viver na sociedade.
Não discuto aqui até que ponto precisaria de ajuda profissional alguém com este quadro, o grau de esquisofrenia como patologia, mas, sim como tudo isso não é ingênuo e afeta as estruturas sociais.
Onde quero chegar com isso? Vamos ligar as idéias então;
Primeiro a TV é um meio de comunicação em massa que atinge milhares de pessoas, logo é um dispositivo do poder, levando em consideração que poder e discurso estão intimamente amarrados, ao transmitir a idéia de que esquizofrenia é mais comum do que parece, ao comentar estatísticas e outras quantificações relacionadas a esquizofrenia, este saber-poder passa a regular e controlar, faz com que seja um problema de saúde publica, que atinge jovens, que por sua vez devem ser controlados e regulados ao apresentar desvios, desvios daquilo inventado também discursivamente como padrão. Visto que da TV estas noticias migram para a internet (vi outro dia destes naqueles quadros de noticias algo sobre o personagem Tarso) e mídia impressa, reforça, controla, regula e ali está instaurado a esquizofrenia generalizada, tudo o que a elite precisa para manter o jovem subversivo calado, ele não passa de um esquizofrênico!
Acompanhado com isso vem a demonização de diversas manifestações como; leituras, roupas, cursos, drogas... quem está fora da norma corre o risco de ser o esquizofrênico, acham isso demais? Acham isso forçado? Lembrem de Hitler e seu discurso paulatino, o micro-poder age lentamente, com pequenos discursos e vai se instaurando imperceptivelmente.
Sem me alongar deixo como reflexão uma questão levantada por Rob Gilbert, sobre como podemos ter certeza diante desta incerteza que é a pós-modernidade, fragmentados e dispersos, com tantos meios de informação somos todos esquizofrênicos vivendo em paralelo numa infinita rede simbólica, imersos em um mundo cibercultural, seja na internet, vídeo game, TV, celular... somos ciborgues e isto não é mais ficção.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

LINGUA PRESA




Lembra daquele velho livro que você teimava em não ler, lembra daquela velha história, Sophia vai morrer, mas mocinho nunca morre, como numa aula de química, nada acaba tudo se transforma, assim como o amor e toda dor, isso sem falar naquele ardor nas noites de calor, janeiro, fevereiro e março, abril nem sequer existiu.

Sinto muito, sinto tanto, tanto quanto eu, sua pele, seu pelo, sua prole, seu gelo.
Sinto muito, sinto tanto, tanto quanto eu, sua sombra, seu ombro, seu cheiro, seu seio.

Seu semblante e postura no tamanco, ar de mulher e silhueta de ninfeta, falando bebe de língua presa, solta na dança, no mundo, na vida, morre toda noite e renasce toda tarde, no por do sol ganha asas de libélula, pousa seu abdome em quem te satisfaz, me desculpe pelas falhas eram apenas dias de palha, ainda lembro você desistiu.

Sinto muito, sinto tanto, tanto quanto eu, seu liquido, seu quarto, seu banho, seu 4.
Sinto muito, sinto tanto, tanto quanto eu, sua nuca, seu pôster, sua nádega, seu tênis.

Roda o vestido roxo listrado, fácil de ser alçado, levanta a blusa de numero infantil e mostra teu umbigo meio ardil, balança teu cabelo de raízes negras tão piegas, olha para os homens ao redor e se pergunta qual seria menos pior, a falta de lealdade é só promiscuidade, só nossa e de mais ninguém.


Sinto muito, sinto tanto, tanto quanto eu, sua fala, seu taco, sua mala, seu ponto fraco.
Sinto muito, sinto tanto, tanto quanto eu, seu contini, sua mesa, seu grito, sua língua
presa.

E o livro não acabou, Sophia não morreu e nem você me esqueceu...

24/04/2009

DEMÓSTENES

domingo, 7 de junho de 2009

LIBERDADE


To de olho na menina , com as preces pro futuro e preguiça do presente

O passado é inoportuno, carta atirada ao monte o baralho

A garota é incerta, te-la em meus braços é tão platonico, pois é só em pensamentos que a terei

Me vem a idéia, a solidão dos pensadores, seus amores e desgostos

A melancolia de Nietshze, a alegria... a alegria... desculpe esta não existe mais

Meu lado humano é tão Satreano, to tão vivo que nada me impedirá de morrer

Até meus desejos sexuais Freud já descreveu, seu pensamento de ateu

To com saudades de ti suprimido em meus desejos, lampejos

Tua enorme oportunidade e tua ida tão fora de hora

Volta pra mim te darei tudo, até teu oposto, sem ti vivo de desgosto

Quero te sentir todo dia e o dia inteiro, teu gosto

Miha vigília é eterna, quando tento te buscar sou emboscado pelo sentinela

Incorporado pela prisão tão falada, Foucaultiana

Quero agora seu beijo, vou te gritar até aparecer com vergonha de seu verdadeiro dono

Eu a mereço sou carrasco sim, mas com motivos, pois sem você não sou

Agora grito teu nome aos sete ventos, pela minha vontade e vaidade

LIBERDADEEEEEEEEEEEEEEEE

Demóstenes 08/2007

quarta-feira, 3 de junho de 2009

ASTRONAUTA DE AÇUCAR


Tudo ao meu redor esta pior, um cisco, o blazer da vitrine
O preço do meu sapato, o logo que vai ao lado, o tamanho do meu cadarço
O telefone móvel já tomou o fixo lugar de antes
Tem que se conectar no meu automóvel, o emblema é um problema
É um prédio alto e caro 106, 206 o 207 e já planejam o 306.
Guerras quentes com mísseis e radares, lentes de longo alcance
U.S.A. contra I.E.U.NÃO. SEI. Cubanos, mulçumanos, mexicanos e brasilanos
Tomam seu café e armam planos
O sotaque chinês será a bola da vez, um Bush Ling se aproxima
Ainda existem heróis no espaço, a nação saúda o astronauta de açúcar.
Comercial caro e não barato, para naves de mentira, é tudo truque, ilusão,
O carro, o móvel, o tênis a vitrine o homem
E na escola ainda ensinam a não ensinar, ensinam a adestrar
Sente e ouça, olhe e repita, não leia, mas, assista.
DEMÓSTENES 17/03/2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

ADIAMENTO



Descobri à pouco que sou do adiamento,
Adio visitas, filmes e entrevistas,
Adio o sono, o despertador e a cama,
Adio o tombo, o remédio, o soro,
Adio o bebe, o matrimonio, a turnê,
Adio o tiro, o banheiro, o banco,
Adio o posto, a geladeira, o soco,
Adio a rua, o cheiro, o sopro,
Adio o processo, o medo, o sucesso,
Adio o adeus, a recepção, o julgamento,
Adio a ordem, a seca, a greve,
Adio o eu, o tu, o eles,
Adio as doenças, as esperanças, as vinganças,
Adio as drogas, as boas, as novas, as velhas,
Adio o L, o S, o D,
Adio a Bi, a da internet, a ti,
Adio a idade, o vicio, a vaidade,
Adio o tesão, o pufe, a ejaculação,
Tento tanto adiar o gozo, difícil adiar o prazer,
Da vida, do enfado , da guerra, do prato,
Adio o adiamento, pra durar um tanto mais, sem mais, nem menos...

DEMÓSTENES
? /05/2009

terça-feira, 12 de maio de 2009

CHAMA EFICAZ


Se esforce para entender o que digo, quando digo que seu afair não é comigo,
Sou mais que um simples beijo, que uma fabrica de dengo, um ombro amigo.

Meu fogo é de chama eficaz, queimo até píer, e no cais com uma qualquer,
Já nem quero mais tantas meninas, apenas me satisfaço quando posso, isso se der.

Isto é o que se espera de quem não tem tempo, para viver e nem para matar,
De pernas pára o alto só fiquei no parto, o cordão fui eu mesmo quem cortei.

Quanta estrela pra contar, tanta poesia a recitar, e com vocês no meu pé não dá,
Quanto Foucault pra ler, tanto Da Vinci pra ser, e sem vocês não da pra ver.

Sexo é bom mais engorda, a barriga cresce e seu tempo desaparece,
Acho melhor ser pai uma vez só, mais que isso anonimato e embriaguez.

Minha hora é mal paga, sou mesmo vagabundo, não quero profissão e nem gravata
Só estou vivendo viajando e sonhando, não importando com quem, como e quando,

Inventamos tanto, doença, status, dor, saúde artefatos de leilão,
E onde vou vem comigo seu discurso tão discursivo, seu coração.


Demóstenes
03/01/09

sexta-feira, 8 de maio de 2009

ESGOTADO

A partir de agora comunico que;
Acabou a areia da ampulheta,
Deu-se fim no eco do grito,
Esgotou-se a paciência,
Estão extintos os animais a pouco quase extintos,
Os caros não são mais raros,
E os raros estão ainda mais caros,
A água evaporou do cantil,
Pararam todos os carros,
Agora é zero o que eu era mil,
Não existe mais natural,
Tudo que é peito também é suspeito,
Aquilo que era puro agora é pura mistura,
As armas brancas estão vermelhas,
E já não adianta mais,
Depilaram a lã das ovelhas,
A cola já não é mais tão tenaz,
Lentamente o gelo virou água,
A urna soprou as cinzas,
Mortais são ainda menos imortais,
Até mesmo o grau deixou os óculos,
E sem pálpebras nus ficaram os olhos,
Bexiga sem urina, coração sem sangue,
Cérebro sem neurônio, mão sem dedo,
Púbis sem pêlo, carta sem selo,
Mar sem sal, rico sem serviçal,
Eu sem você e você sem meu ...quintal.

Demóstenes 22/04/09

Noites pós modernas


Ascenda as luzes dos refletores, destes olhos seus refletidos nos meus
Mira na noite da cidade e pousa em uma figura qualquer
Hoje é free pode escolher ser homem ou mulher
Nao se sinta ameaçada de despir teus mais íntimos desejos, já enfadados
Voe em um razante pelo lago espelhado de impurezas e avarezas
A noite é tua, é minha e de quem quiser ver e viver

Eis a realidade normal de um filme de ficção real, meninos e meninas correndo contra o tempo, contra a escuridão do velho jargão
Nas noites pós-modernas quem mandam são elas, as loiras, as geladas as ervas, as balas e as baladas no fim as freadas e vidraças embaçadas
Danças adrenadas em ritmos fugazes, corpos de Cheeva ou centopéias, mil olhos de aranha aguçam a percepção, mil passos para tocar o chão
Ativamente frustrantes enlouquecem e o tornam mutante, hora alegre, hora depressivo, hora coringa hora, super homem
E agora vem me dizer que esta com medo de viver, mais que medo de morrer, enobrece teu andar e corra atrás do e como jaguar
Pisa nestes cacos, cria uma utopia provisória, descasca deste casaco sua fantasia de ator e para de tentar ser cria e criador
Tribos na ruas suplicando pelo seu pedaço do bolo, estrela no universo, parte do ouro, sangue de tolo
Minha geração pede ajuda as outras gerações, não consegue criar cançou de copiar, só bagunçou, quero um hipiee soul.
Sem ditadores para cuspir, nem estatuas para depredar, sem lenços na cara e nenhum Che Guevara
Até Buda se revoltou, saiu na balada e um pileque tomou, Dalai Lama caiu na cama e anarquizou com Madona
Esta é a calada da noite, barulhenta e nada tímida, é ínfima com um toque infinito, de onde soltam fumaça e ecoa um grito.
Demóstenes 01/10/08